No mercado financeiro, atrair e reter talentos qualificados é essencial para o sucesso de escritórios de investimento. Uma das estratégias mais eficazes para alcançar esse objetivo é o partnership, um modelo que oferece aos Agentes Autônomos de Investimento (AAIs) a oportunidade de se tornarem sócios da empresa.
Este artigo aborda os aspectos fundamentais para implementar o partnership com segurança, garantindo alinhamento entre os interesses dos AAIs e dos sócios fundadores, sempre em conformidade com a legislação vigente.
O que é partnership?
O partnership é um modelo de incentivo que permite aos AAIs adquirir participação societária no escritório de investimento em que atuam. Isso fortalece o alinhamento entre os objetivos dos agentes e os da empresa, promovendo engajamento e foco no crescimento sustentável.
Nesse modelo, os AAIs compram a participação societária por meio de contratos bem definidos, que incluem opções de compra (stock options), condições de aquisição gradual (vesting) e regras claras para eventual saída (recompra de quotas).
Por que implementar um programa de partnership?
1. Atrair e reter talentos
Oferecer participação societária torna o escritório mais atrativo para profissionais altamente qualificados, promovendo maior comprometimento de longo prazo.
2. Alinhar interesses estratégicos
Como sócios, os AAIs passam a compartilhar riscos e lucros, atuando com maior engajamento para alcançar resultados sustentáveis.
3. Aumentar a competitividade
Empresas que oferecem partnership destacam-se como atrativas para profissionais altamente qualificados, criando uma vantagem em um mercado competitivo.
Como implementar um partnership com segurança?
1. Observar a regulamentação da CVM
A Resolução CVM nº 178, em vigor desde junho de 2023, modernizou as regras para assessores de investimento pessoa jurídica, trazendo maior flexibilidade e eficiência ao planejamento societário. Entre as mudanças mais relevantes para a implementação de programas de partnership, destacam-se:
- Qualquer tipo societário permitido:
Escritórios podem adotar estruturas como sociedades limitadas ou anônimas, eliminando a obrigatoriedade de sociedade simples, o que facilita a inclusão de sócios e a adoção de governança corporativa mais robusta. - Inclusão de sócios não registrados na CVM:
É permitido que profissionais não registrados, como gestores administrativos ou estratégicos, componham o quadro societário, desde que não exerçam atividades exclusivas de assessores de investimento, como captação de clientes. - Ampliação do objeto social:
Escritórios podem incluir atividades complementares, como consultoria financeira, previdência e capitalização, em seus contratos sociais, legitimando práticas comuns do mercado.
Essas mudanças tornam os programas de partnership mais viáveis e atrativos, mas exigem cuidado para garantir conformidade com as normas da CVM e clareza nas regras de governança.
2. Estruturar a sociedade com limites claros
Para evitar uma diluição societária excessiva, é importante estabelecer um limite máximo de participação destinada ao partnership.
- Percentual reservado: Normalmente, reserva-se até 10% do capital social para o programa, preservando o controle dos sócios fundadores.
- Critérios de acesso: Apenas AAIs que atendam a critérios específicos, como performance e alinhamento estratégico, devem ser convidados a participar.
3. Elaborar um plano de partnership detalhado
O plano deve incluir:
- Critérios de elegibilidade: Desempenho financeiro, valores compatíveis com a cultura da empresa e tempo de atuação.
- Forma de aquisição: Especificar se a participação será comprada à vista, parcelada ou vinculada ao desempenho futuro.
- Direitos e deveres: Detalhar as obrigações dos novos sócios, como direito a voto, divisão de lucros e responsabilidades administrativas.
- Procedimentos de saída: Regras claras para exclusão de sócios em caso de descumprimento de requisitos.
- Cláusulas de recompra: Regras claras para readquirir quotas em caso de desligamento ou descumprimento de requisitos pelos AAIs.
- Cliff e vesting: Utilize períodos de carência (cliff) e aquisição gradual de direitos (vesting) para proteger os interesses da empresa e incentivar o desempenho contínuo.
4. Atualizar o contrato social e acordo de sócios
As regras do programa devem ser formalizadas no contrato social e no acordo de sócios, garantindo clareza e segurança jurídica para todas as partes.
Desafios ao implementar um partnership
Embora o partnership seja uma ferramenta poderosa, é importante estar atento a possíveis desafios:
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- Diluição societária: sem limites claros, o programa pode comprometer o controle dos sócios fundadores.
- Conflitos societários: é crucial estabelecer critérios objetivos e regras de convivência para evitar disputas internas.
- Conformidade regulatória: o não cumprimento das normas da CVM pode gerar multas e prejudicar a reputação do escritório. A assessoria jurídica é essencial para garantir que o programa esteja dentro das regras.
Partnership como diferencial estratégico
O partnership é uma ferramenta poderosa para escritórios de investimento que buscam atrair e reter talentos de forma estratégica. Quando bem estruturado, ele promove o alinhamento de interesses entre os AAIs e a empresa, garantindo competitividade no mercado.
No entanto, para que o modelo seja bem-sucedido, é indispensável observar as regulamentações da CVM, estruturar o programa com clareza e proteger os interesses de todas as partes envolvidas.
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